Este livro agrega estudos sobre o trabalho livre e o trabalho escravo numa perspectiva comparativa. Reúne vários estudiosos no Brasil, na Europa e nos EUA de temas relacionados ao trabalho, à sociedade livre e à sociedade escravista. Sua importância específica encontra-se no estabelecimento de um diálogo entre dois discursos antes distintos, visando contribuir para afinar a sensibilidade dos estudiosos do trabalho livre e da escravidão com relação às linguagens culturalmente mistas do trabalho. Fica cada vez mais claro que a história dos escravos do Novo Mundo e a dos trabalhadores europeus estão 'emaranhadas', não apenas por meio das redes internacionais de comércio, mas também, a distinção entre trabalho 'livre' e trabalho 'não livre' foi, em grande parte, construída em função dos debates abolicionistas do início do século XIX. A comparação proposta aqui, no entanto, é significativamente distinta, pois aponta para o desenvolvimento de uma História do Trabalho verdadeiramente 'global', resgatando-nos, assim, do provincianismo do contingente e da tirania do singular. É a comparação da sociedade escravista por excelência com a sociedade do trabalho livre.