Na França, a questão religiosa também é uma questão política. A República organizou a co-existência das diferentes confissões religiosas segundo o modelo católico. Confrontado com a proliferação das crenças e das comunidades, o Estado perde seus interlocutores institucionais habituais. A laicidade se encolhe, o debate sobre as seitas se abafa, a questão do véu envenena a vida pública. É possível imaginar-se um modelo de laicidade mediadora, capaz de mobilizar as "famílias espirituais" ao serviço da reconstrução dos vínculos sociais?