A nomeação de um evento pode ser sua predicação e a determinação de sua existência caracterizadas a partir daquele que o nomeia. Evitar a nomeação de um agir em sala de aula sem que houvesse uma profunda reflexão foi o que levou a autora ter um ceticismo saudável em relação à Falação em sala de aula: um agir cotidiano que vem afligindo os contextos escolares atuais. Nesta obra a autora coloca em reflexão o próprio conceito de indisciplina, fazendo-a navegar pelo pensamento foucaultiano. Em seguinda, toma a 'falação' como uma posição ativa do sujeito falante, em que os indíviduos expressam a si e ao mundo no uso da linguagem que constitui a consciência humana em uma experiência histórica. Para isso, o pensamento vigotskiano e bakhtiniano proveram os alicerces teóricos. Ao final, a autora traz à tona os sentidos e significados de tal agir nas vozes dos professores e alunos: os protagonistas dessa experiência viva. São os participantes da pesquisa que nos contam o que a Falação em sala de aula é. Com seus enunciados, é desvelada a síntese da falação: a ponta do iceberg de uma situação sócio-econômico-educacional, em que está mergulhada a escola pública paulista. A vivência de tal realidade inscreve-se na subjetividade de professores e alunos como um sofrimento psicossocial, cuja determinação é sócio-política. Para se chegar às conclusões exigidas pelo fenômeno investigado, foi necessário uma interpretação materialista-histórico-dialética. Para tal contemplação, dois gêneros textuais dialogam - a dissertação e o conto - permitido pela transdisciplinaridade da Linguística Aplicada Contemporânea