Anamorfose: arte de desenhar huma figura de sorte que a vista não tem semelhança alguma com o objecto, que ella representa logo que a vemos retratada em hum espelho cilíndrico, cônico, ou prismático, ou de certa distância. (Dicionário da Língua Portuguesa, 1798, Antônio de Moraes). Com personagens e desfechos surpreendentes, esta coletânea de contos é uma narrativa que respira o cotidiano e revela um olhar despido de preconceito para com vários dilemas que nos desnorteiam. Embora as histórias estejam inseridas na contemporaneidade, e parte delas diga respeito a uma visão feminina enredada em contextos precisos, elas não deixam de retratar inquietações perenes da humanidade. Os contos adotam um viés que muitos dirão filosófico, porquanto convidam o leitor a refletir sobre os meandros do amor, da sexualidade, do narcisismo, da rejeição, da violência e da frouxidão sentimental nos tempos atuais. Tudo isso sem descuidar da comicidade, na maioria das vezes carregada da ironia vivaz, indispensável ao propósito do divertimento.