Mónica Ojeda tem sido reconhecida por seu modo peculiar de narrar o horror. Nesse sentido, em entrevista à jornalista Andrea Aguilar para o El país, a autora defende: a geografia determina a forma como se vê e como se conta o mundo. Este conjunto de oito contos parte da geografia avassaladora dos Andes equatorianos e aborda, impiedosamente, questões que passam pelas relações de amizade, de vizinhança e familiares em geral, atravessadas por elementos como a sexualidade, a violência, a dor, a vida e a morte. Em Voladoras, encontramos criaturas que sobem nos telhados de suas casas e voam, terremotos apocalípticos, desejos inconfessáveis, segredos familiares e ancestralidade em profusão. Oito contos que se situam em cidades, vilas, charnecas ou vulcões onde a violência e o misticismo, o terreno e o celeste, pertencem ao mesmo plano ritual e poético. Aqui, Ojeda, uma das vozes literárias mais expressivas da sua geração, mobiliza a cosmogonia andina, também latino-americana, de modo [...]