As relações entre a geografia, o turismo e o patrimônio cultural são objeto das reflexões de todos os artigos do presente livro, acenando para um rico caminho teórico e investigativo a ser seguido no âmbito da própria ciência geográfica e em diálogo permanente com as áreas afins, sobretudo com a história, a arquitetura e a antropologia. Diferentemente da europa, somente no século XX descobrimos que a história, ou o tempo, agora pode ser preservado para não esquecermos quem somos e quais os símbolos identitários nos interessa resguardar. As reflexões sobre o patrimônio cultural, tradicionalmente desenvolvidas por historiadores, urbanistas, arquitetos e arqueólogos, ganha aqui uma interpretação geográfica – afinal, o patrimônio cultural possui uma expressão espacial que é constitutiva de sua própria identidade. Quando o espaço passa a representar o tempo na memória social ele torna-se patrimônio, campo conflituoso de representações sócio-políticas e tema central das reflexões apresentadas neste livro.