Esta obra trata a ideologia fundamentalista que se desenvolveu no ambiente evangélico norte-americano, no limiar do século XX, e que foi transportada para o Brasil, por missionários, durante as décadas seguintes. O exemplo analisado é a Igreja Batista Regular do Brasil. A abordagem tem como referenciais teóricos alguns escritos de Karl Marx e Max Weber e também contribuições críticas de Juan Luís Segundo e John Plamenatz. Algumas conclusões a que chegamos com a pesquisa que resultou neste livro são as seguintes: experiências religiosas para renovação e libertação, como pietismo e puritanismo, converteram-se em ideologias e conjuntos de preconceitos, e serviram de base para a criação de instituições que exercem controle social sobre multidões de adeptos; a hermenêutica bíblica foi aprisionada por uma concepção determinista da história da humanidade, como, por exemplo o sistema das dispensações, uma espécie de filosofia determinista da história da humanidade. O fundamentalismo foi exportado pela obra missionária evangelical norte-americana, para todas as regiões e povos que esse tipo de missionamento alcançou, como propagação do american way of life e como religião civil dos Estados Unidos, rotulada de destino manifesto, a qual consistiu em legitimar a superioridade norte-americana sobre os povos evangelizados. Por conseguinte, esse tipo de fundamentalismo promoveu e continua a promover a rejeição das culturas autóctones e a desencarnação da mensagem cristã nas sociedades onde ele se instala