Por volta do ano 600, a doutrina cristã alcançou o que Jaroslav Pelikan definiu como "consenso ortodoxo" - o alicerce para o desenvolvimento da doutrina nos anos seguintes. Os anos 100 a 600 foram um período de grande fermentação e vitalidade quando as afirmações fundamentais do dogma cristão emergiram de uma vastidão de crenças e ensinos. O surgimento da tradição católica é uma história deste período crítico e turbulento. Neste primeiro volume, Pelikan examina o conceito de tradição conforme formulado contra a heresia antiga. Ele foca a relação sutil entre o que os fiéis acreditavam, o que os professores, tanto ortodoxos quanto hereges, ensinavam e o que a igreja confessava como dogma durante os primeiros seis séculos de crescimento. Pelikan lida tanto com "a questão formal da tradição quanto com o material produzido por ela, ou seja, com as mudanças e continuidades das várias doutrinas cristãs à medida que elas modelam a história e são modeladas por ela". O seu foco não é "apenas a mudança, mas também a continuidade; não só o conflito, mas também a concordância". Como ele afirmou: "A história da doutrina cristã é o meio disponível mais eficaz para a exposição de teorias artificiais de continuidade que, com frequência, assumem a condição de normativas nas igrejas e, ao mesmo tempo, ela é uma via para a autêntica continuidade da crença, do ensinamento e da confissão cristãos. A tradição é a fé viva do morto; o tradicionalismo é a fé morta do vivo".