GLAUCO MATTOSO É UM BANHO DE ÁGUA QUENTE NO LIRISMO DEFUNTO O soneto, esse eldorado antigo com sua lógica e perfeição, por onde se aventuraram Dante Alighieri, Francesco Petrarca, Sá de Miranda, Shakespeare, Baudelaire, entre outros, é o terreno minado no qual o paulista Glauco Mattoso cultiva seu linguajar a jato. Nestes tempos sem quase nenhuma poesia, o soneto ainda respira, graças à oxigenação que lhe deram alguns poetas. Como pedra no sapato da chatice crônica, no caldeirão do Mago Marginal, entre cobras e lagartos, uma poção trágica espanta o tédio.