Com o passar do tempo e à medida que os atendimentos avançavam, senti a necessidade de compreender mais a fundo os mecanismos do trauma. Esse interesse me levou a mergulhar nas teorias do trauma de Sándor Ferenczi, que sempre considerou a importância das experiências externas vividas. Em consonância com as minhas intuições e questionamentos, também me aproximei das teorias de Donald Winnicott por encontrar em suas formulações teórico-clínicas apoio e algumas respostas para minhas dúvidas e indagações clínicas. Dessa forma, esta obra se propõe a levantar alguns questionamentos que derivaram da minha experiência clínica com um tipo de paciente considerado pela literatura psicanalítica fortemente traumatizado. Para dar corpo teórico e iluminar o percurso, segui a trilha aberta por Ferenczi e Winnicott, como teóricos centrais deste livro, mas também recorri a outros psicanalistas, como Michael Balint, Thomas Ogden, Luís Claudio Figueiredo e vários outros.