Durante décadas, Max Mannheimer reprimiu suas memórias dos campos de concentração em que fora obrigado a viver sob custódia nazista — Auschwitz, os guetos de Theresienstadt e de Varsóvia, e Dachau, aonde o enviaram em uma marcha da morte. Guardou para si todo o horror que lugares como esses causam a um ser humano, mesmo que os pesadelos do silêncio o assombrassem e a depressão o adoecesse. \nEmbora tenha sobrevivido, perdeu pai, mãe, dois irmãos, uma irmã e a esposa, ou seja, toda a família, exceto um terceiro irmão. Em face de traumas tão perturbadores, é compreensível que ele preferisse, portanto, não expressar suas lembranças e seus sentimentos. Sobreviveu a cirurgias de urgência em Auschwitz, ao tifo, à desnutrição.