Há certas angústias, certas inquietações que costumam afligir todas as mulheres que estão para dar à luz uma criança: como educar um filho, como criá-lo saudável e feliz? A infância é a mais importante fase de nossas vidas, durante esse tempo, em que ainda hesitamos deixarmo-nos ir sozinhos pelo mundo e tememos separarmo-nos das mãos e dos carinhos de nossos pais, que nos amparam e orientam, mais fortemente influem e se formam os valores que cultivaremos na idade adulta e transmitiremos aos nossos filhos. Mais do que a retidão rasteira dos métodos de ensino, dos enunciados das cartilhas de alfabetização e etiqueta, é importante cultivar um sentimento de atenção compreensiva e de verdadeiro afeto no contato com as crianças, tanto na esfera familiar quanto no ambiente escolar. A educação deve ser entendida como um ato de amor: em vez da pura transmissão de razões, a troca de experiências, em vez da mera e pontual instrução, a partilha de sonhos e descobertas, que permite aos pais e aos professores acompanhar na criança as primeiras fases e mudanças da formação do ser humano. Estamos vivendo uma era de transição, de velozes acontecimentos, de conturbações. O homem, por vezes perdido em meio a tantas transformações, pode retornar à grandeza de sua criação, pode renascer de si mesmo, pode re-criar-se. Nossa mente é nossa aliada nesse processo, mas para desvendá-la, para fazê-la brilhar, precisamos equilibrarmo-nos emocionalmente, pacificar nossas carências e nossos tormentos, reencontrar o amor que nasce do que há de mais íntimo nos nossos corações. A psicologia do afeto apresentada neste livro oferece a oportunidade de repensar a educação de nossas crianças, e assim repensar, para o futuro, uma sociedade mais fraterna e justa.