Neste livro refletimos o problema da construção do ufanismo e do ressentimento em nossa formação identitária, uma vez que estes comportamentos são subjetivos e contraditórios. Sua gênese estava presente nas disputas entre "paulistas" e "forasteiros" (Guerra dos emboabas, 1707-1709) nas Minas Gerais. Acontece que entre 1768 e 1774, durante o governo do Morgado de Mateus, na capitania de São Paulo os historiadores paulistas não só retomavam as pendências da Guerra dos Emboabas, mas também estruturaram suas obras a partir de ressentimentos pessoal, coletivo e político. O autor investiga as ações e reações às manipulações sociais, as articulações entre as individualidades dos sujeitos e as práticas sociais. A preocupação central foi verificar em que medida os "poderes coloniais", pessoas comuns, oficiais e soldados se satisfaziam ou "sucumbiam" a esses processos, por efeitos de conquistas, de "perdas" e de "ausências" manifestadas em situações de êxito, nobreza, desejos, fantasias, privação da vida e hostilidades (de indígenas e de espanhóis), construindo, simultaneamente, imagens espetaculares ou depreciativas da natureza e da sociedade colonial.