"Como as reportagens fotográficas das festas populares do Nordeste do Brasil, realizadas por Pierre Verger, relacionam-se com a construção da nação brasileira na Era Vargas? Para responder a essa pergunta-problema, Michel Foucault aponta-nos um caminho: o discurso. Publicadas na revista O Cruzeiro, essas fotos propõem um jogo de invisibilidade e visibilidade ao articular o discurso do Estado, da revista e do próprio fotógrafo, formando uma rede, sem, contudo, explicitar tal operação ou limitá-la ao que está dentro do quadro imagético. Elas apontam, ao mesmo tempo, um esforço em escapar da episteme da época marcada por um discurso pedagógico proposto pelo Estado Novo. "