Noé está há tempos construindo uma arca para alojar os animais durante uma grande enchente que está para acontecer. Mas como são muitas as espécies que ele precisa embarcar, pede ajuda a seu tio-avô Eon, um velhinho todo atrapalhado. Para ele, não tem diferença nenhuma entre bichos existentes e bichos inventados - que só existem no ditado popular. Quando chega a hora de mostrar a Noé quem ele selecionou para embarcar, a confusão se arma: estão lá desde os conhecidos camarão-rosa e o cachorro vira-lata, até uma macaca-de-auditório e uma cobra cega. Com passageiros tão díspares, o que seria a Arca de Noé acaba se chamando Acra de Eon. Marca registrada de sua escrita, as engraçadas associações de palavras da língua portuguesa são mais uma vez utilizadas pela autora para criar personagens poéticos que, com humor, tratam de questões pertinentes ao leitor em formação. O cuidado e a responsabilidade com os animais ganham aqui um tratamento leve, sem reprimendas ou discursos panfletários.