Furtivamente – dissimulada e misturada no caldo cultural da repulsa e da aversão étnicas – emerge a atração e a obsessão do colonizador pelo outro, pela miscigenação e pelo prazer transgressor do sexo inter-racial. Nesse sentido, o livro de Robert J. C. Young, Desejo Colonial, que passa a integrar a coleção Estudos da editora Perspectiva, é um verdadeiro divisor de águas na análise das teorias que se propõem a estruturar cientificamente a questão. E o faz, na medida em que examina as relações humanas e sua complexidade étnica – aspectos quase sempre mantidos em discreta e casta penumbra – à luz das ligações intrínsecas e de suas manifestações extrínsecas entre raça e sexualidade, inclusive nas formulações mais atuais.