O que levaria uma pessoa a matar alguém que já amou ou alguém por quem está apaixonada? Por que a justiça e a sociedade civil consideraram inúmeros assassinatos passionais como se fossem reações "normais" de pessoas "desonradas" por suas(seus) companheiras(os)? Sob a constatação da histórica indulgência em crimes passionais, essa pesquisa versa sobre as leis e o imaginário cultural que sustentaram distorções em julgamentos ao longo dos séculos. Analisa os avanços das transformações jurídicas atuais, promovendo um diálogo entre direito penal e teoria psicanalítica. A autora postula então a noção de "crimes no triângulo amoroso", lançando luz sobre as condições inconscientes arcaicas na origem da família, nas relações sociais e nas possíveis formações psicopatológicas de um sujeito que comete um crime movido por violenta emoção...