Uma Antropologia do Estado com alto teor de reflexão teórica e envolvimento etnográfico é o que oferecem com maestria os textos dos organizadores e autores deste livro. Sua leitura é um convite e um desafio ao diálogo entre antropólogos, cientistas políticos e sociólogos que se debruçam sobre as práticas estatais. O Estado, suas políticas e seus efeitos , sua unidade e sua dispersão, são analisados em seus contextos brasileiro e latino-americano em algumas áreas diversas: política indigenista, políticas culturais e a relação do Estado com a religião. A principal enunciação teórica é concisa: os Estados não são formados de uma vez por todas. Contrapõe-se assim à a noção de Estado como ser, ou ente coeso, presente na linguagem cotidiana e jurídica e que muitas vezes se deixa aparecer como tal na linguagem das ciências sociais. Embora concisa, a enunciação é altamente complexa. Leva a sério que os vários momentos e faces do Estado e das suas práticas políticas respondem a jogos (...)