Narrar as facetas do caráter de uma mulher em diversas fases de sua vida por meio de seus relacionamentos afetivos na condição de filha, esposa, amante e mãe é o ponto central desta peça. O´Neill chamava-a de "minha peça feminina" e a protagonista, com seus olhos "inalteravelmente misteriosos", desviando a vida de três homens de sua órbita normal, desenvolve, em certa medida, o tema clássico do "Eterno Feminino" de Goethe. A peça rendeu ao autor seu segundo prêmio Pulitzer, seu lançamento em livro se constituiu um fenômeno editorial, e foi filmada mais de uma vez, a primeira delas em 1932. A técnica empregada envolve dois níveis de diálogo, aproximando-a do romance, especificamente, do romance de fluxo de consciência. O nível do pensamento aqui é o mais importante, de vez que vigora um questionamento da própria fala, ou da linguagem, vista no mais das vezes como falsa ou impotente.