Depois de dedicar-se às histórias de Joheved e Miriam, a escritora norte-americana Maggie Anton encerra a trilogia As filhas de Rashi - Amor e judaísmo na França medieval com a trajetória da caçula Raquel. Resultado de mais de 15 anos de pesquisa, a série retrata com precisão e delicadeza o universo feminino numa época em que o mundo era dominado por homens. Mesmo tratando-se de uma obra de ficção, os personagens são baseados na verdadeira família de Salomão ben Isaac, rabino responsável pela maior parte dos comentários da Bíblia hebraica acessível para leigos. Conhecido como Rashi, ele não teve filhos homens, mas permitiu que filhas, a contragosto da esposa, adquirissem amplo conhecimento sobre textos clássicos judaicos. No livro, Raquel, a filha mais jovem de Rivka e Salomão ben Isaac, estudioso tido entre os judeus como o autor dos primeiros comentários do Talmude, vive na mesma casa em que os pais e a irmã Miriam moram. Enquanto o marido viaja para comprar as mercadorias a serem vendidas nas feiras sazonais de Troyes, a bela e preferida filha de Salomão trabalha com Miriam na venda e penhora de jóias, além de ajudar a família na vinícola, cuidando das videiras, fabricando vinho e vendendo a bebida estocada na própria adega. O futuro de Raquel parece ter tudo para ser um mar de rosas. Afinal, é a filha preferida de Salomão, adorada pelo marido Eliezer e, mãe de dois filhos, está pronta para se tornar a matriarca de uma imensa família de eruditos. Porém, como escreve a própria autora, o destino parece conspirar contra a protagonista. No passar dos anos, Raquel vai sendo surpreendida por situações nada fáceis, a começar pelo constante atraso de Eliezer para voltar para casa após cada viagem, deixando a esposa com os nervos à flor da pele. Com o marido longe da família, Raquel precisa passar por todo tipo de situação sozinha. Na trajetória narrada por Maggie Anton, Raquel depara-se com grandes perdas, de pessoas muito queridas, a separação constante do marido, os perigos decorrentes de sua beleza, além de acontecimentos históricos que marcam a vida do seu povo, como o massacre ao qual a população judaica na Alemanha e na França é submetida no final do século XI, durante o período das Cruzadas. A situação é desesperadora e judeus precisam ficam sempre em estado de alerta. Em Troyes, a yeshivá de Rashi, renomada instituição de estudo da Torá e do Talmude, é uma das poucas a manter-se intacta, mas não se sabe até quando. Para complicar, Rashi começa a ter sérios problemas de saúde, preocupando as filhas. Pensando em proteger a família, Eliezer propõe a Raquel que se mudem para Toledo, na Espanha, onde ainda é possível viver com certa tranquilidade. Diante de tal proposta, Raquel vê-se cercada de dúvidas, para as quais somente ela pode encontrar as respostas certas.Maggie Anton encerra a trilogia "As Filhas de Rashi - Amor e judaísmo na França medieval" com a trajetória da caçula Raquel. Resultado de mais de 15 anos de pesquisa, a série procura retratar o universo feminino numa época em que o mundo era dominado por homens. Mesmo tratando-se de uma obra de ficção, os personagens são baseados na verdadeira família de Salomão ben Isaac, rabino responsável pela maior parte dos comentários da Bíblia hebraica acessível para leigos.