Carta aberta ao Demônio (Libretos, 2021, 104 páginas) reúne 73 poemas inéditos de Ricardo Silvestrin divididos em quatro partes: Outro tempo, Outros cantos, Errata e Atribuído a mim. O livro ressoa os tempos distópicos em que vivemos sem abrir mão do relato do horror ou da força das lutas. O Demônio, espécie de símbolo do tempo presente, é interpelado. Os versos vão da indignação à reflexão, do espaço íntimo à metalinguagem, da tristeza ao humor. Nesse livro, a poesia de Silvestrin se vale também do diálogo com a poesia de Ésquilo, de Maiakóvski, de Drummond, de Bandeira, de Mário de Andrade, seja na referência aberta, na intertextualidade ou na abordagem formal. Tudo num procedimento ora melódico, ora polifônico, para tentar dar conta da complexidade do beco esperamos com saída em que nos metemos.