Uma aventura inquieta, uma forma de luta contra a imobilidade do pensamento, tendo como móvel a convicção de que a contradição é o nervo da vida. Assim a autora define a atividade de Antonio Candido, mostrando-nos como, ao longo de sua obra, o crítico e professor consegue relacionar discursos tidos como díspares, trazendo a literatura para o primeiro plano da discussão de idéias e superando o positivismo dominante na crítica até a década de 40. Para Célia Pedrosa, ao propor a compreensão de nossa nacionalidade como subversão de elementos da ordem colonizadora, a noção de sistema literário, introduzida por Candido, convida o pensamento a libertar-se do vício da dicotomia, ainda presente em algumas outras vertentes teóricas da literatura brasileira.