Na hora de dormir, um quarto escuro pode guardar algumas surpresas... Você tem certeza de que a porta do guarda-roupa está fechada? Tem certeza de que não há nada dentro, ou melhor, morando no guarda-roupa? Um monstro talvez? Se eu abrir esta porta agora... faz o leitor assumir o protagonismo da história ao se colocar no lugar do personagem, abrindo sucessivas vezes a porta do guarda-roupa em um quarto escuro, sendo a cada momento conduzido a uma surpresa diferente. Alexandre Rampazo usa o formato do próprio livro para transformá-lo em um elemento danarrativa, permitindo que imaginação e realidade se misturem, em uma história que conduz o olhar do leitor a uma experiência única."Quem foi que disse que seria fácil abrir uma porta no meio da noite? Se eu abrir esta porta agora... é um livro na entrelinha, é uma porta que esconde o outro. Esconde a diferença. É só através do outro que eu sei quem sou. Alexandre Rampazo é um criador de horizontes. Fico sempre esperando que ele nos traga outra surpresa incrível, como Se eu abrir esta porta agora... A porta é a arte, a filosofia, a ciência? É um portal? Precisamos desse perigo, dessa surpresa. Precisamos distender o tempo, e sabemos que o tempo é um espaço que estica e encolhe, entre uma ou outra dobra de pensamento. C.S. Lewis e Sendak abriram armários e paredes, e o mundo nunca mais foi o mesmo. Um livro só se abre para nós se o quisermos; senão, seria só uma porta fechada na noite. Rampazo sabe que todo livro é uma pergunta, é um afago no meio de tanta vida. E o livro tem dores e chaves, mas não queremos esconder o perigo, queremos? Perdão, não consigo mais ficar só falando, preciso abrir esta porta agora." - Roger Mello