Poucos autores conseguem controlar, com tanto conhecimento e clareza, uma rica galeria de personagens como faz o escritor polonês Andrzej Szczypiorski (1924-2000) neste romance. É no cotidiano abalado pela Segunda Guerra Mundial que o escritor busca o retrato complexo do destino da humanidade no século XX. Com um narrador livre de todas as amarras, que se desloca para frente e para trás na linha do tempo, mergulhando no passado e se voltando para o futuro, Szczypiorski construiu um romance notável. Ele aborda política, vida social, religião e história, num estilo às vezes irônico, mas sempre reflexivo, e principalmente poético, que cativa rapidamente o leitor. O ponto de partida é a ocupação de Varsóvia pelos alemães em 1943. A Polônia mais uma vez subjugada. O gueto judeu resiste, com seus personagens marcantes, como o rebelde Pawelek Krynski, alter-ego do autor, que surge como um produto do país onde convivem poloneses, judeus, alemães e outros; seu amigo Henio Fichtelbaum, que toma a difícil resolução de sair do gueto para enfrentar o seu destino; o fora-da-lei Suchowiak, que cobra para contrabandear judeus para fora do gueto; o velho ferroviário socialista Filipek, que se engaja numa aliança peculiar com o alemão Müller - e toda uma rede de vizinhança - para salvar dos porões da Gestapo a bela senhora Seidenman, que com documentos falsos se passa por viúva de um oficial polonês, e enfrenta, determinada e desafiadora, seu verdugo nazista. E no cotidiano abalado pela ocupacao alema da Polonia que Szczypiorski busca o retrato da humanidade no seculo XX. O gueto judeu de Varsovia resiste, com seus personagens marcantes, como o rebelde Pawelek Krynski, alter-ego do autor, produto do pais onde convivem poloneses, judeus, alemaes e outros; e o velho ferroviario socialista Filipek, que se engaja numa alianca peculiar com o alemao Muller ? e toda uma rede de vizinhanca ? para salvar dos poroes da Gestapo a bela senhora Seidenman, que enfrenta, determinada e desafiadora, seu verdugo nazista.