"Ensino de óptica para alunos cegos: possibilidades" é parte dos resultados de dois projetos de pesquisas complementares desenvolvidos entre os anos de 2005 e 2009. O primeiro refere-se a uma investigação de pós-doutorado que visou analisar os processos de planejamento de atividades de ensino de física por licenciandos para ambiente educacional que contemplou a presença de alunos cegos. O segundo fez parte do desenvolvimento do plano trienal docente realizado na UNESP de Ilha Solteira e objetivou investigar a aplicação dos planos no ambiente educacional mencionado. Organizado em nove capítulos, busca compreender quais contextos comunicacionais favorecem e quais dificultam a participação efetiva do aluno cego em atividades de óptica. Para tal, define, a partir das estruturas empírica e semântico-sensorial, a linguagem utilizada nas atividades, bem como o padrão discursivo em que essas linguagens foram empregadas. Enfoca temas como o ensino de reflexão, refração, dispersão da luz, cores, relação luz matéria (opacidade, transparência, etc), espelhos planos e esféricos, lentes, entre outros. Discute saberes docentes necessários à condução de atividades inclusivas de óptica. Apresenta materiais táteis que auxiliam o ensino de alunos com e sem deficiência visual. Como resultado, identifica intensa relação entre o emprego de linguagem de estrutura empírica áudio-visual interdependente em episódios não-interativos/de autoridade, o decrescimento da utilização de tal estrutura nos episódios interativos e/ou dialógicos, a criação de ambientes segregativos de ensino no interior da sala de aula, e a frequente utilização de linguagem de estrutura empírica tátil-auditiva interdependente nesses ambientes. Discute, ainda, o conceito de "necessidade educacional especial", seu emprego inadequado e sugestões para seu uso correto. Finaliza afirmando que a interatividade, ao aproximar aluno com e sem deficiência visual, favorece a utilização de linguagens de acesso não-visual, e reconhece a importância do professor ao organizar sua comunicação em função de linguagens acessíveis a todos os discentes.