Neste livro, Heleno Godoy retoma o mito de Orfeu para abordar a questão da identidade, a identidade do poeta subordinado, em sua inscrição, à ordem não-poética do mundo. Afinal, é delimitando territórios, as possíveis formas do mundo e as possíveis formas poéticas, que o poeta inscreve a ordem de suas propostas e sonhos. A ordem da inscrição não é uma simples coletânea de poemas, mas um conjunto coeso de textos, um único e longo poema que, num diálogo intratextual mas também intertextual, tece a teia de uma poesia hermética e bela, capaz de surpreender o leitor com suas provocações e descobertas.