Em seus livros mais recentes, Adir ben Kauss vem refinando cada vez mais a arte do miniconto: histórias curtas, na maioria das vezes com apenas dois ou três parágrafos, que ao mesmo tempo em que revelam situações e vivências comuns a todos nós sonhos, angústias, esperanças, encontros e desencontros, alegrias, amores, amizades, traições, desalentos, deixam também espaço para a imaginação do leitor levá-lo ainda mais longe. Como se cada história pudesse dar margem a um romance inteiro, sintetizado em poucas linhas para caber no tempo apressado em que vivemos, cada vez mais curto. Da mesma forma, o conjunto dos contos também quase se transforma num verdadeiro mosaico da vida como ela é, constituindo uma espécie de novela do mundo real com seus núcleos de personagens e cenários se entremeando enquanto se misturam às vivências dos leitores: a diarista, a garota de programa, as irmãs gêmeas, o motorista de ônibus, a dançarina Com essa galeria de tipos que resumem a essência da alma (...)