Mantendo a fidelidade ao pensamento do filósofo, sociólogo e jurista Evaristo de Moraes Filho, seu filho Antonio Carlos Flores de Moraes não só revisa e atualiza o livro, mas também traz para reflexão, temas atuais decorrentes da supremacia material da Constituição, potencializada pela abertura do sistema jurídico e pela normatividade de seus princípios. O acadêmico da Academia Brasileira de Letras há muito adotava a equivalência entre princípios e normas, conforme se verifica ao conceituar o Direito do Trabalho como regulador das relações jurídicas oriundas da prestação de serviços subordinado. Um livro editado no final da primeira década do século XXI também não pode deixar de analisar as mudanças sociais havidas recentemente, em especial decorrentes da crise financeira global de 2008/2009, quando surgiu uma nova economia com características bastante diversas da época da industrialização do pós-Segunda Guerra Mundial. Neste novo tempo, o excesso de competição individualizada e a estrutura de recompensas meramente salariais não funcionam mais com a nova classe média que surge nos setores de alta tecnologia. Surge, assim, um novo diálogo social como resultado da preocupação com a capacidade das sociedades humanas de se dotarem de sistemas de representação, de instituições e processos, de corpos sociais, para elas mesmas se gerirem, em um movimento voluntário. Evaristo já havia previsto esse novo Direito do Trabalho, baseado no diálogo, há mais de meio século, quando editou seu livro "Problema do Sindicato Único no Brasil – seus fundamentos sociológicos". Esta 10ª edição demonstra que o pensamento de Evaristo está mais vivo do que nunca, exatamente por sempre ousar trazer ideias novas e voltadas para o avanço social. Em vários momentos, o leitor poderá constatar que o texto de seu anteprojeto de Código de Trabalho, apresentado em 31 de março de 1963, a João Mangabeira, então Ministro da Justiça e Negócios Interiores, permanece atual, especialmente no que se refere às questões do Direito Coletivo do Trabalho.