A geografia da região do mar Cáspio, na Ásia Central e no Cáucaso é responsável por seu isolamento em relação ao restante do mundo. Situada entre o mar Negro, a oeste, e as montanhas Tien Shen, a leste, essa é uma vasta terra de desertos, que se estendem ao longo de montanhas irregulares, as quais chegam a quase 2.800 metros de altura, pouco mais que a metade do território norte-americano. No centro, encontra-se o mar Cáspio. Durante séculos, romancistas russos e aventureiros britânicos passaram uma imagem romântica da região, com suas batalhas nas quais se montavam camelos ao invés de cavalos, sua cacofonia de línguas e seus reinados absolutistas. Mas os soldados russos em busca de conquistas às vezes ficavam perdidos e desesperados em sua amedrontadora vastidão, morrendo de medo dos agressores turcos, chechenos ou bucarenses cujas facas e mercados de escravos estavam à sua espera. Como a região era muito isolada, a exposição ao mundo exterior estava limitada, na maior parte, à marcha dos exércitos conquistadores, começando com Alexandre, o Grande, há 2.300 anos. Na metade do século XIX, a população muçulmana (que incluía povos da Armênia, da Geórgia, da Pérsia e da Turquia) estava sob o jugo da Rússia Imperial. Sempre houve petróleo. Marco Polo, comerciante veneziano do século XIII, relatou a exportação de petróleo bruto, carregado por camelos, da cidade de Baku, no Azerbaijão, a pontos tão distantes como Bagdá. O produto era valorizado tanto como substância iluminadora quanto como bálsamo, ele escreveu, porque "em nenhum país vizinho outro óleo é usado". Depósitos de petróleo eram tão vastos que a substância brotava da terra sem coerção