Quem achará um homem fiel? O tema da fidelidade prende-se com o valor dos atos humanos. Ou esses atos respeitam a natureza das coisas e são coerentes com umas opções livremente assumidas, ou acabarão por esterilizar e destruir a vida própria e a alheia, e por minar as bases da sociedade. O ser humano só se distinguirá do animal se for capaz de superar o interesse do momento, ditado pelo egoísmo, pela emoção ou pelos estímulos sensitivos, para construir a vida em torno de princípios e de uma rede de vínculos que permaneçam através do tempo, aconteça o que acontecer. Percebe-se facilmente que, quanto mais altos forem esses princípios e esses compromissos, mais nobre e eficaz será a vida humana. Este livro analisa na primeira parte a raiz e os níveis da fidelidade, os requisitos a que atender na formação dessa virtude, as suas relações com a verdade, a caridade e a liberdade. Na segunda, inserem-se cartas e respostas sobre o tema, em que os conceitos adquirem os matizes e a expressividade que lhes dá a vida, na dramaticidade do dilema entre fidelidade e traição. A fidelidade à verdade conhecida, o respeito à palavra empenhada, a mútua doação para sempre dos esposos, a perenidade do sacerdócio e de qualquer caminho que entranhe uma dedicação de corpo e alma a Deus e à missão por Ele confiada são todos eles compromissos que não se compadecem com atitudes de permanente imaturidade, e que, pelo contrário, quando firmemente sustentados, elevam o homem à sua plena dignidade de filho de Deus e tornam sinônimos absolutos fidelidade e felicidade.