À negação dos ritos da pele, movimenta-se o navegante das redes amorosas. Entre bordados dos lençóis da cama virtual, ele costura descaminhos do outro num jogo de espelhos. Nesse verdadeiro não-lugar, contracenam a casa e a rua, confundem-se intimismo e cena pública, atuam desejo e imaginação. Descortinado o incerto, dialogam o quarto e a porta aberta e ou fechada, distorcendo o rosto e a máscara. Quem encena o rosto? Quem nomeia a máscara? Será que a lógica digital esquematiza polarizações do erotismo e do corpo? Em contraponto à verdadeira ou à fictícia trama do sexo não materializado, minha poesia decide pisar no chão. O autor não pode temer palavras, nem histórias, nem imagens. Não pode temer o corpo, nem o erotismo. Não pode ter medo do amor. Não pode ter medo do outro, nem de si. Quanto aos amores internautas, onde começa e onde termina o mundo objetivo e o virtual, impossível delinear...