Antônio Queiroz de França em A história da heroína Olga Benário mostra versatilidade em também escrever biografias. O cordel mais uma vez presta importante papel social ao trazer ao alcance de todos um tema abafado pela ditadura militar, e que depois da abertura dos arquivos e dos obscuros porões vêem à tona. A poesia não faz vistas grossas à dor, nem dorme quando a ordem é lutar. Nem deveria, uma vez que poesia é pássaro solto e flor. Falar de Olga sem cair no banal, sem encher de lágrimas e de chavões as páginas foi o objetivo do França. Alcançado.Quem leu o livro de Fernando Morais, e viu o filme sobre a vida da heroína é bom conhecer outra versão da história.O poeta Marcos Mairton nos brinda, em único volume, com dois cordéis. O primeiro trata-se de uma parábola bíblica; narra um fato envolvendo Jesus e o jumento que o transportou. A partir desse fato, a história, como é próprio do cordel; o animal é colocado em evidência e novos fatos são apresentados. Surgem elementos que tornam a história incomum. Cabe a pergunta: Seria o jumento Presente o protagonista? Outro ingrediente tempera a parábola O jumento que Jesus montou: a inveja. No segundo texto Uma visita inesperada Mairton se apresenta como poeta cordelista que é, diz a que veio, e homenageia outros poetas, dentre eles Patativa do Assaré.É um prazer abrir a porta do cordel para você, querido leitor.