Uma antropologia do amor requer um olhar distanciado e crítico em relação à pressuposição de que as emoções e os sentimentos apaixonados mais requintados e refinados vinculam-se, necessariamente, às vivências e às manifestações do amor romântico, tal como ele tem sido concebido e idealizado no Ocidente. Com esse objetivo, a autora deste livro toma como campo de investigação os discursos amorosos produzidos em diferentes contextos culturais. A interação entre o amor cortês e a lírica árabe, assim como as diferenças e semelhanças entre a paixão amorosa expressa em Tristão e Isolda, em Layla e Majnum e em Krshna e Radha, são abordadas e utilizadas a fim de evidenciar a enorme variabilidade das formas de amar abertas aos seres humanos.