Apresentamos uma pesquisa calcada nas origens da identidade do mineiro habitante de Juiz de Fora que, pela proximidade com o Rio de Janeiro, recebeu a alcunha de "carioca do brejo". Quando os eletrônicos de Comunicação chegaram à cidade - rádio e depois, a televisão - acentuou-se a proximidade geográfica e identitária entre as duas cidades. As transmissões radiofônicas feitas em Juiz de Fora já revelam a inspiração e a mimese dos modelos de programas veiculados pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Criaram-se, na cidade, departamentos de produção radiofônica tal qual fazia-se no centro cultural divulgador de valores sociais e comportamentais que era o Rio de Janeiro. O intercâmbio entre scripts de programas e vindas de artistas cariocas à cidade marcam essa tendência do juizforano a se inspirar na vida praiana e seu carisma. Mais tarde, quando começam as produções televisivas realizadas, empiricamente, nos anos 1960, com a TV Mariano Procópio, (afiliada dos Diários Associados na cidade) e veiculadas para a região sudeste do país, foi possível traçarmos, nessa pesquisa, um histórico da primeira emissora de TV do interior na América Latina, a partir de informações em jornais, revistas, livros e história oral, abordando especialmente o material telejornalístico produzido, do qual só existem vestígios. O trabalho realiza investigação documental e entrevistas com profissionais pioneiros do rádio e da televisão em Minas, propondo um resgate da memória audiovisual de Juiz de Fora e o reconhecimento do papel da TV Mariano Procópio na formação da identidade do chamado "carioca do brejo". O livro tornará possível o acesso de todos a uma parte relevante da história da cidade e sua aproximação com as influências culturais e sociais que partiram do grande centro nacional de divulgação de ideias e formação identitárias que foi o Rio de Janeiro, sobretudo depois da chegada do rádio e da televisão, uma vez que ambos estavam entre os principais veículos de comunicação divulgadores de modos de consumo e de comportamento sociais.