A força política construída pelas mobilizações emancipa a comunidade das amarras que visam emparedar suas fronteiras. A luta pelos direitos territoriais e as práticas de delimitação das territorialidades específicas, fundamentais à reprodução social do povo ou da comunidade, evidenciam uma forma de autoconsciência cultural coextensiva à capacidade de ampliar suas relações, consolidando o território. A persistência da identidade étnica pressupõe um rompimento com a fixidez do território, destruindo a imobilidade de suas 'muralhas' e lhe emprestando uma dinamicidade a toda prova, que a torna uma construção do presente, sem reminiscências, revivescências, sobrevivências e todo o léxico urdido repetidamente pelas abordagens evolucionistas, que desde meados do século XIX buscam firmar um rótulo genérico, que hoje pode ser lido criticamente como um produto de uma sociedade colonial e de um nacionalismo ultrapassado.