O Céu de Galileu é um romance histórico de fôlego, sem precedentes na literatura brasileira, impelido pela efeméride dos 400 anos de publicação de Sidereus Nuncius (Mensageiro das Estrelas), obra central de Galileu Galilei, publicada em 1610, na qual publicou os revolucionários resultados de suas observações. Romance de estreia de Gilberto Buchmann, a narrativa gira em torno do roubo de um manuscrito e retrata o extraordinário desenvolvimento conferido à ciência pelas múltiplas descobertas de Galileu, o protagonista da obra. Esta ficção de enorme ambição estética e científica, escrita, no entanto, em linguagem simples e acessível em torno de um tema extremamente rico e revelador, acompanha toda a trajetória pessoal do cientista italiano, desde as glórias científicas até o processo movido contra ele pela Inquisição. Mas o livro é bem mais do que isso. Nele encontramos uma insana investigação à altura das mais intensas tramas policiais, um suspense quase torturante que carrega o leitor do primeiro ao último capítulo, e que mesmo assim torna possível reconstituir, tanto quanto permite um romance histórico, o pensamento dominante na época em que transcorrem as ações. A ficção é inserida num fundo histórico exaustivamente pesquisado, havendo enorme quantidade de dados e fatos reais. E são reais todas as informações biográficas sobre Galileu existentes na obra. Além do enredo principal, a investigação em torno do roubo do manuscrito, que se passa na Itália, há uma história paralela, cujo cenário é a Inglaterra. E a junção das duas histórias confere ao livro um final verdadeiramente surpreendente envolvido em incontáveis cenas dignas de um romance que passa pelos principais gêneros (não só o histórico, mas o policial, o de aventuras e o de profunda reflexão). O céu de Galileu trata desta personalidade de universal importância que pela primeira vez recebe de um escritor brasileiro um tratamento ficcional. Nunca houve um romance histórico cujo protagonista tivesse tal dimensão. No máximo, figuras nascidas aqui foram romanceadas. Daí porque não representa nenhum exagero a afirmação de que o livro de Gilberto Buchmann é um autêntico acontecimento nas letras nacionais.