Quando minha filha, Laura, convidou-me para escrever o prefácio do seu último livro, senti uma ponta de orgulho envolvida por enorme preocupação. Não sou pedagogo. Conheço e admiro os trabalhos anteriores da autora, não só como educadora, mas como vigorosa pintora e poeta. Temia, por insuficiência pessoal, ao invés de colaborar, comprometer a apresentação de uma obra que, certamente, seria de muito boa qualidade. Como, durante toda minha vida, nunca fugi de desafios, aceitei o encargo. Como psiquiatra, que desenvolve sua atividade, principalmente, apoiado nas técnicas psicoterápicas de base analítica, tenho larga experiência como reeducador de adultos. Atendo poucos casos de crianças na retaguarda de psicopedagogos, funcionando como um estrategista e municiador de heróicos educadores. Avalio as dificuldades que devem envolvê-los, neste momento em que as reações imediatistas ameaçam violentamente as condições de humanidade da nossa espécie. [...]