Hortênsias que ornam uma vida Para mim, os autores dos livros de memórias viajam pelo próprio passado para enriquecer o presente de quem os lê. Com toda franqueza, sendo eu campineiro apenas de papel passado pela Câmara Municipal, conheço, contudo, poucas pessoas que a mim representem o que seja verdadeiramente ter nascido nessa bela cidade, como a professora e escritora Ana Maria Melo Negrão. Se a vejo, por exemplo, numa das quase sempre gloriosas manhãs azuis que cobrem a urbe, a caminhar pela rua Silva Telles, onde mora, é como se um pedacinho da alma campineira de repente se corporificasse; para bater, com seus passos, um chão para ela sagrado. E digo isso, com a sincera simplicidade de quem é tão somente cronista de jornal, para glorificar o bom instante em que Ana, com imenso amor, resolveu sentar diante das teclas para compor este maravilhoso repositório de lembranças a que deu o título de No Azul das Hortênsias. Ela em Campinas. Campinas nela. Pulsar de emoções. [...]