Imagine-se uma jovem estudante de vinte e três anos, mulher, na conjuntura socio-política da época, responsável pela organização do Congresso da JUC de 1953, envolvendo representantes do topo da hierarquia eclesiástica e do governo, personalidades da mais alta craveira científica e intelectual, reitores, professores universitários, instituições internacionais. Nesse contexto, e tendo em conta o impacto e sucesso do evento, torna-se fácil perceber o convite que foi formulado a Maria de Lourdes Pintasilgo, em 1956, para a presidência da Pax Romana, a qual viria a colocá-la na ribalta internacional. A este propósito ela afirma: "Comecei a viver às 'dimensões do mundo': a descoberta da Europa próxima e distante, latina e anglo-saxónica, a exaltação das primeiras amizades com gentes de outras terras que deram fisionomia humana ao que até então era só geografia".