Pode um intelectual escrever um livro que mais parece uma obra de ficção, uma novela? Mesmo podendo, é esse o seu papel? O historiador José Carlos Sebe responde positivamente as duas perguntas em seu livro 'Augusto e Lea'. Ao registrar e organizar as oito vozes que constituem a trama amorosa e trágica da novela, Sebe tem a consciência de que lida com personagens reais, o que torna a história ainda mais pungente. Utilizando, com desembaraço e maestria técnicas de história oral, o autor escreve um livro inquietante e perturbador, ao mesmo tempo em que mostra novas possibilidades para o trabalho de intelectuais rigorosos e criativos.