O crescente dinamismo da sociedade civil em torno de temas de interesse social, cultural, ambiental e econômico tem colocado um problema específico relativo à interface desta (sociedade civil) com a Administração Pública. Trata-se de um amplo campo de relações que abrangem desde o exercício de influência na formulação de políticas até o próprio controle social da Administração. Quando se observa a complexidade e a amplidão das mazelas vividas neste país, fica fácil prever que a agenda das campanhas, movimentos e entidades da sociedade civil tenderá a se ampliar no futuro e a aproximar cada vez mais os cidadãos de servidores e gestores públicos. Assim se esperando, podemos falar em novos papéis a serem desempenhados por cidadãos- gestores e por gestores-cidadãos, dois binômios que podem bem sintetizar os novos atores a ocupar esste cenário. Para definir tais mudanças outras expressões, como uma nova sociedade civil e uma nova gestão pública, vêm sendo empregadas nas últimas décadas. Elas apontam necessariamente para um processo de aprendizado. Por isso a militância nos campos da cidadania e da gestão assume um caráter criativo e não apenas combativo. Termos como redes, solidariedade, parceria e gestão tripartite são apenas alguns entre os diversos ideais de aproximação entre setores ou grupos outrora distantes.