O homem da cultura ocidental percebe-se como alguém dividido, atomizado entre o ser e o agir. Essa dicotomia é acentuada pelo progresso, que o manipula como meio, relegando-o à periferia e colocando como centro a técnica, a ciência, os interesses eco nômicos. O crescente interesse pela literatura hinduísta e budista e pelos caminhos de evasão na droga tem aí, certamente, se não uma explicação, ao menos uma justificativa. Como se no Ocidente, e no nosso dia a dia, não dispuséssemos de vias para dar curso à dimensão mística própria do ser humano. A autobiografia de Santa Teresa de Jesus, o Livro da Vida, põe ao nosso alcance uma experiência rica de totalidade, fruto de seu encontro com Deus, encontro que esta doutora da Igreja alimentou em s ua vida de oração.