Através do gênero epistolar, sob a perspectiva de visão de mundo da criança, Juan Arias, com muita sensibilidade e humor, fala de Deus de maneira descomplicada, ao mesmo tempo em que faz uma reflexão crítica sobre a humanidade. O menino, que prefere manter seu nome em segredo, escreve uma carta para Deus. Nela, ele faz três perguntas básicas: Onde está você? Como você é? O que você faz? Dentro de cada questão, o menino divaga e compara as respostas que recebe dos adultos com o que vê na prática. Com muita candura, ele aponta as divergências naquilo que dizem daquilo que fazem: ações cruéis e irresponsáveis praticadas pelas pessoas em relação ao planeta e ao próximo. Com muito sentimento e muita fluência, vemos uma criança, sem pudor, conversar com Deus na beleza da inocência. Inocência revelada, também, nas ilustrações de Helena Alexandrino que, com muita delicadeza, trouxe respostas às questões do menino, retratando-o como a criança que um dia todos nós fomos.