Quando o estudioso de semiótica se interessa pela poesia, não são as presumidas causas desta ou daquela produção literária determinações socioeconômicas, biografias dos escritores, etc. que atraem a sua atenção analítica. São as coisas: os poemas. É certo também que a semiótica, ao longo das últimas décadas, veio ampliando mais e mais a abrangência do seu campo de visão, com a incorporação das questões da enunciação, das paixões, da estesia, da velocidade, da noção de acontecimento, da lógica da concessividade, etc. Os trabalhos aqui apresentados, que têm como denominador comum a observação meticulosa do poema considerado como texto produtor de sentido, contemplam ao mesmo tempo, cada qual a seu modo, esses novos aspectos dos estudos semióticos, sempre incidindo sobre a poesia brasileira.