Machado de Assis é acusado de aburguesamento, denegação de suas origens e omissão perante os dramas sociais de seu tempo, especialmente a escravidão. No entanto, seus escritos contradizem essa idéia. E deixam evidente que, sob disfarces e dissimulações, o genial ficcionista valeu-se de uma linguagem sofisticada para, assumindo o lugar do Outro, fazer a crítica do regime e da classe que o mantinha. Esta reunião de textos convida o leitor a reavaliar o posicionamento machadiano em relação à escravidão e às relações inter-raciais existentes no Brasil do século XIX.