Missionários de uma utopia nacional-popular versa sobre a relação dos intelectuais dirigentes do Departamento de Cultura de São Paulo com as esferas da política e da cultura. Dotados de um sentimento utópico, esses intelectuais tinham por objetivos precípuos o desenvolvimento de um amplo projeto de democratização cultural e a construção da nacionalidade. Durante o período em que funcionou sob a direção do modernista Mário de Andrade, entre os anos de 1935 e 1938, a instituição paulistana logrou empreender uma política cultural pioneira. Dela faziam parte iniciativas como a realização de Concertos Públicos Gratuitos no Teatro Municipal, a criação das Bibliotecas Ambulantes, os Concursos Históricos e Artísticos, bem como a Missão de Pesquisas Folclóricas. Tratava-se de atividades nas quais os aspectos ornamental e excludente da cultura brasileira foram preteridos em favor do povo, traduzindo-se numa experiência nacional-popular.