O estoicismo é uma das principais correntes da filosofia helenística, tendo se desenvolvido por mais de quinhentos anos e congregado pensadores do porte de Sêneca, Epicteto e Marco Aurélio, apenas para citar os mais destacados representantes de sua versão romana imperial. Contudo, apesar de sua inegável importância para a formação cultural de Roma, não há estudos que destaquem o papel cio estoicismo no desenvolvimento da ideia de justiça. Este livro pretende demonstrar que a Stoá não apenas influenciou a formação de conceitos e institutos próprios do Direito Romano Clássico, do qual somos tributários, mas também forneceu as bases para que tal ordenamento pudesse ser pensado tendo em vista os imperativos da Filosofia do Direito. A gênese de alguns elementos centrais da ideia de justiça contemporânea deve ser buscada no estoicismo, especialmente as noções de liberdade interior e de igualdade formal. bem como o consequente universalismo que as fundamenta: Não se trata de fazer a atual noção de justiça descender de maneira direta e exclusiva do estoicismo romano. Quer-se apenas pôr às claras uma vinculação muitas vezes escamoteada e que pode contribuir para o aprofundamento da pesquisa jusfilosófica.