Neste livro, as autoras nos mostram, por meio de sua pesquisa, a importância de dar a voz ao aluno, recuperando a sua linguagem e lhe apresentando diferentes gêneros por meio dos quais eles podem agir na escola, mas também socialmente: são os jogos e suas regras, os debates, os telejornais, as cartas e os quadrinhos. Assumindo a formação matemática como central, mas também percebendo o peso da linguagem nesse processo, as autoras garantem aos alunos o papel de enunciadores e destinatários de suas produções, que deixam de ter como único interlocutor o professor. Dessa forma, abre-se o espaço para que esses alunos tornem-se atores de fato, de seu agir e de suas palavras. No decorrer dos capítulos, as palavras da professora-pesquisadora são alternadas com as de seus alunos, nos diferentes gêneros textuais que são retomados para que seja feita uma reflexão sobre a matemática, mas por meio de discussões orais e produções escritas. Nesses vários momentos, vemos as palavras fazerem parte de cada situação e os alunos e a professora irem percebendo que “Lutar com palavras é a luta mais vã. Entanto lutamos mal rompe a manhã”, conforme já nos dizia o poeta Drummond. A leitura desse livro certamente contribuirá com o trabalho de outros professores que também percebem que as palavras são muitas, mas é preciso saber lidar com elas para que possamos formar melhor os nossos alunos.