Do roteirista de Estação Carandiru e Cazuza - O tempo não para, Luxúria narra com ironia e realismo o momento em que a soberba se espalhou pelo pais. Quando Fernando Bonassi terminou de escrever Luxúria, a ascensão da nova classe C parecia anunciar um futuro de plena prosperidade no Brasil e a crise do abastecimento de água nas metrópoles do país soaria como ficção. Agora, no entanto, esta fábula contemporânea, sobre uma família comum, com ambições comuns, mas cujas escolhas aos poucos a leva a um cenário apocalíptico, parece anunciar os impasses desse Brasil em que progresso significa consumo. Inebriados pelo crédito fácil neste momento histórico de prosperidade, como alardeiam as propagandas do governo, a família de um metalúrgico - que mora em uma casa financiada, com carro financiado e eletrodomésticos financiados - decide construir uma piscina no quintal de casa. Porém, como afirma um dos personagens, Há tempos a água não significa pureza: é a mãe de todas as guerras, e essa [...]