Quando irritado ou constrangido, o telespectador usa o controle remoto e abandona a programação que lhe faz mal. Quando insatisfeito com a matéria parcial da revista, a leitora deixa de lado a publicação e passa a ler a concorrente. Mas não é só. O público, cada vez mais, percebe que a relação com os meios de comunicação pode ir além do simples contrato de receber passivamente pacotes de informações e entretenimento. O público, cada vez mais, quer participar do processo, quer interagir, opinar, criticar e sugerir. Essa mudança de cultura já está infiltrada nas sociedades e ganha maior evidência nos contextos em que a democracia está mais consolidada. Isto é, hoje, a cidadania também é exercida na arena da mídia, na frente da TV, ao pé do rádio, diante da telinha do computador ou das páginas impressas. Nas últimas duas décadas, diversos instrumentos de participação e leitura da mídia foram criados, desseminados e aperfeiçoados. Entre os mais evidentes desses dispositivos, estão os observatórios de mídia, que se ocupam não apenas de ler os meios de comunicação, mas também em difundir uma cultura de consumo crítico das informações veiculadas. Uma espécie de vitrine, esses observatórios funcionam como janela da mídia para a sociedade e espelho de uma dimensão da sua cidadania